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REFERÊNCIAS GOREANAS

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1. Dança do Cinto

Eu observei Phyllis Robertson realizando a dança do cinto, sobre as peles do amor espalhadas entre as mesas, sob os olhos dos Guerreiros de Cernus e dos membros da sua equipe. Ao meu lado, Ho-Tu estava enviando mingau na boca com uma colher de chifre. A música era selvagem, uma melodia do delta do Vosk. A dança do cinto é uma dança desenvolvida e tornada famosa pelas dançarinas de Port Kar. Cernus, como usual, estava envolvido em um jogo com Caprus, e tinha olhos apenas para o tabuleiro.

 

Enquanto as semanas corriam se tornando meses, eu havia me tornado mais e mais apreensivo e impaciente. Mais de uma vez eu chamei o próprio Caprus, embora isso talvez não fosse prudente, para incitá-lo a acelerar o seu trabalho, ou me autorizar a transmiter partes dos documentos que ele estava copiando para as Sardar. Sempre ele recusava. Eu havia sido amargo com esses atrasos, reclamando e me irritando, mas parecia que pouco eu podia fazer. Ele não me informaria a localização dos mapas e papéis, e eu não sentia que qualquer tentative direta de roubá-los e levá-los embora seria provável de êxito; mais ainda, se simplesmente roubados, os Outros, através de Cernus, sem dúvida seriam informados na primeira oportunidade e planos alternativos seriam colocados em execução. Eu lembrava a mim mesmo, de novo e de novo, enquanto o relógio dos meses rodava, que Caprus era um agente de confiança dos Reis-Sacerdotes, que o próprio Misk havia falado nele em altos termos. Eu deveria confiar em Caprus. Eu confiaria nele. Ainda assim, eu não podia fazer nada com minha raiva.

 

A dança do cinto é realizada com um Guerreiro. Ela agora se contorcia nas peles aos pés dele, movendo-se como se fosse atingida com um chicote. Uma branca corda de seda havia sido amarrada ao redor de sua cintura; nessa corda estava enfiado um estreito retângulo de seda branca, talvez de uns dois pés de comprimento. Em volta da garganta dela, apertada e confortável, havia um colar branco esmaltado, um colar fechado. Ela não mais vestia o anel de aço no seu tornozelo esquerdo.

 

“Excelente,” disse Ho-tu, colocando de lado a sua colher.

 

Phyllis Robertson agora jazia de costas, e então de lado, e então virava e rolava, puxando suas pernas para cima, colocando suas mãos diante do rosto, como se defendendo dos golpes, seu rosto uma máscara de dor, de medo.

 

A música se tornou mais selvagem.

 

A dança recebe esse nome porque não se espera que a cabeça da garota se levante acima do cinto do Guerreiro, mas apenas puristas se preocupam com tais sutilezas; onde quer que a dança seja realizada, contudo, é imperativo que a garota nunca se levante sobre os pés.

 

A música agora se tornava um gemido de rendição, e a garota estava agora de joelhos, sua cabeça abaixada, suas mãos no tornozelo do Guerreiro, a sandália dele perdida na desamarrada escuridão de seu cabelo, os lábios dela nos pés dele.

“Sura está fazendo um bom trabalho com ela,” disse Ho-Tu.

 

Eu concordei.

 

Nas fases seguintes da dança, a garota se reconhece como do Guerreiro, e se esforça para satisfazê-lo, mas ele é difícil de comover, e os esforços dela, com a música, se tornam cada fez mais frenéticos e desesperados.

 

Uma garota em uma túnica de seda branca, graciosamente, carregando um grande jarro de diluído vinho de Ka-la-na, se aproximou de nossa mesa por trás e subiu as escadas, delicadamente, e como que timidamente, cabeça baixa. Então ela se inclinou para frente, atrás de mim, dobrando os seus joelhos levemente, seu corpo gracioso. Sua voz em meu ouvido era um sussurro, um convite. Eu olhei para ela. Os olhos dela encontraram os meus, lindos, profundos, cinzas. Seus lábios estavam ligeiramente entreabertos. “Vinho, Mestre?” perguntou Virginia Kent.

 

“Sim,” eu disse, “eu terei vinho.”

 

Virginia me serviu, inclinou sua cabeça e se afastou graciosamente, descendo as escadas atrás de mim, então se virando e indo embora.

 

“Ela é Seda Branca, é claro,” disse Ho-Tu.

 

“Eu sei,” eu disse.

 

Outra garota se aproximou da mesma forma, embora ela estivesse vestida em uma túnica de seda vermelha.

 

“Vinho, Mestre?” Perguntou Elizabeth Cardwell.

 

“Novamente,” falou bruscamente Ho-Tu, raivosamente.

 

Abalada, Elizabeth recuou e novamente se aproximou. Era apenas a terceira vez que ela tentava satisfazer Ho-Tu, quando seus olhos, seus lábios, a postura do seu corpo, as palavras que ela sussurrava pareceram adequadas a ele. “Essa é uma estúpida,” disse Ho-Tu. Elizabeth, brava, se afastou descendo as escadas e foi embora.

Eu lancei um olhar para Virginia Kente, que estava agora se movendo entre as mesas, em uma incrivelmente curto uniforme escravo de seda, o jarro no seu ombro esquerdo, seguro ali graciosamente com sua mão esquerda. Seu cabelo estava agora em torno de três polegadas mais longo do que ele estivera quando ela havia chegado à Casa de Cernus. Ela andava graciosamente, insolentemente, o movimento dela queimando o meu sangue. Seus tornozelos eram delgados, bonitos. O esquerdo, como era o caso de Phyllis, não estava mais rodeado pelo anel de aço, o anel de identificação. Em volta da garganta dela, contudo, como era o caso de Phyllis também, havia agora um colar fechado, confortavelmente apertado, branco esmaltado. Ambas as garotas, mascadas e encoleiradas, estavam bem identificadas como escravas.

 

A dança do cinto estava agora caminhando para o seu clímax, e eu virei para assistir Phyllis Robertson.

“Captura da Home Stone,” eu ouvi Cernus dizer para Caprus, que abriu suas mãos impotente, reconhecendo a derrota.

 

Sob a luz das tochas, Phyllis Robertson estava agora de joelhos, o Guerreiro ao seu lado, segurando-a por trás de suas costas. A cabeça dela foi ainda mais para trás, suas mãos se movendo nos braços do Guerreiro, como tão logo querendo afastá-lo, e então novamente puxá-lo para mais perto, e sua cabeça então tocava as peles, seu corpo um cruel, indefeso arco nas mãos dele, e então, sua cabeça abaixada, parecia que ela lutava e o corpo dela se retesava até que ela estava deitada, salvo por sua cabeça e calcanhares, nas mãos dele agarradas nas costas dela, os braços dela estendidos sobre a sua cabeça na pele atrás dela. Nesse ponto, com um bater de címbalos, ambos os dançarinos permaneceram imóveis. Então, depois de um instande de silêncio sob as tochas, a música tocou um acorde final, com um poderoso e dissonante bater de címbalos, e o Guerreiro a havia abaixado nas peles e os lábios dela, braços ao redor do pescoço dele, procuraram os dele com anseio. Então, ambos os dançarinos se separaram e o homem se afastou, e Phyllis agora permanecia sozinha nas peles, suando, respirando profundamente, cabeça baixa.

 

I observed Phyllis Robertson performing the belt dance, on love furs spread between the tables, under the eyes of the Warriors of Cernus and the members of his staff. Beside me Ho-Tu was shoveling porridge into his mouth with a horn spoon. The music was wild, a melody of the delta of the Vosk. The belt dance is a dance developed and made famous by Port Kar dancing girls. Cernus, as usual, was engaged in a game with Caprus, and had eyes only for the board.

 

The belt dance is performed with a Warrior. She now writhed on the furs at his feet, moving as though being struck with a whip. A white silken cord had been knotted about her waist; in this cord was thrust a narrow rectangle of white silk, perhaps about two feet long. About her throat, close-fitting and snug, there was a white-enameled collar, a lock collar. She no longer wore the band of steel on her left ankle.

 

"Excellent," said Ho-Tu, putting aside his spoon.

 

As the weeks had worn on, becoming months, I had grown more and more apprehensive and impatient. More than once I had called on Caprus myself, though it was perhaps not wise, to urge him to speed in his work, or to permit me to transmit portions of the documents he was copying to the Sardar. Always he refused. I had been bitter at these delays, complaining and chafing, but there seemed little I could do. He would not inform me of the location of the maps and papers and I did not feel that any direct attempt to steal them and carry them away would be likely to be successful; further, if simply stolen, the Others, through Cernus, would doubtless be informed at the first opportunity and alternate plans put into effect. I reminded myself, again and again, as the month clock rotated, that Caprus was a trusted agent of Priest-Kings, that Misk himself had spoken in the highest terms of him. I must trust Caprus. I would trust him. Yet I could not help my anger.

 

Ho-Tu pointed with his spoon at Phyllis. "She is not bad," he said.

 

Phyllis Robertson now lay on her back, and then her side, and then turned and rolled, drawing up her legs, putting her hands before her face, as though fending blows, her face a mask of pain, of fear.

 

The music became more wild.

 

The dance receives its name from the fact that the girl's head is not supposed to rise above the Warrior's belt, but only purists concern themselves with such niceties; wherever the dance is performed, however, it is imperative that the girl never rise to her feet.

 

The music now became a moan of surrender, and the girl was on her knees, her head down, her hands on the ankle of the Warrior, his sandal lost in the unbound darkness of her hair, her lips to his foot.

 

"Sura is doing a good job with her," said Ho-Tu.

 

I agreed.

 

In the next phases of the dance the girl knows herself the Warrior's, and endeavors to please him, but he is difficult to move, and her efforts, with the music, become ever more frenzied and desperate.

 

A girl in a tunic of white silk, gracefully, carrying a large pitcher of diluted Ka-la-na wine, approached our table from the rear, and climbed the stairs, delicately, and as though timidly, head down. Then she leaned forward behind me, bending her knees slightly, her body graceful. Her voice in my ear was a whisper, an invitation. I looked at her. Her eyes met mine, beautiful, deep, gray. Her lips were slightly parted. "Wine, Master?" asked Virginia Kent.

 

"Yes," I said, "I will have wine."

 

Virginia served me, bowed her head and backed gracefully down the stairs behind me, then turned and hurried away.

 

"She is White Silk, of course," said Ho-Tu.

 

"I know," I said.

Another girl approached similarly, though she was attired in a tunic of red silk.

 

"Wine, Master?" asked Elizabeth Cardwell.

 

"Again," snapped Ho-Tu, angrily.

 

Flustered, Elizabeth retreated and again approached. It was only on the third time that she managed to satisfy Ho-Tu, when her eyes, her lips, the carriage of her body, the words she whispered seemed to him adequate. "That is a stupid one," said Ho-Tu. Elizabeth, angry, backed down the stairs and hurried away.

 

I glanced at Virginia Kent, who was now moving about the tables, in the incredibly brief silken slave livery, the pitcher on her left shoulder, held there gracefully with her left hand. Her hair was now about three inches longer than it had been when she had come to the House of Cernus. She walked gracefully, insolently, the movement of her firing my blood. Her ankles were slender, beautiful. The left, as was the case with Phyllis, was now no longer encircled with the steel band, the identification band. About her throat, however, as was the case with Phyllis also, there was now a lock collar, snugly fitting, white-enameled. Both girls, branded and collared, were well marked as slave.

 

The belt dance was now moving to its climax and I turned to watch Phyllis Robertson.

 

"Capture of Home Stone," I heard Cernus say to Caprus, who spread his hands helplessly, acknowledging defeat.

 

Under the torchlight Phyllis Robertson was now on her knees, the Warrior at her side, holding her behind the small of the back. Her head went farther back, as her hands moved on the arms of the Warrior, as though once to press him away, and then again to draw him closer, and her head then touched the furs, her body a cruel, helpless bow in his hands, and then, her head down, it seemed she struggled and her body straightened itself until she lay, save for her head and heels, on his hands clasped behind her back, her arms extended over her head to the fur behind her. At this point, with a clash of cymbals, both dancers remained immobile. Then, after this instant of silence under the torches, the music struck the final note, with a mighty and jarring clash of cymbals, and the Warrior had lowered her to the furs and her lips, arms about his neck, sought his with eagerness. Then, both dancers broke apart and the male stepped back, and Phyllis now stood, alone on the furs, sweating, breathing deeply, head down.

 

Assassino de Gor – Livro 5 – Páginas 185 / 188

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